ORACULO ANCIÃ CALÉ

Cale é a Deusa tutelar do território Português, cujo nome, Portugal, deriva do Seu próprio nome. Ela é igualmente Calaica, Cailícia ou Beira, Anciã e Donzela, Senhora do Tempo, Guardiã dos Mistérios da Vida e da Morte. Nos contos , Cale é lembrada como a Velha, muito velha, que se transforma numa cabaça, cuja forma evoca as antigas representações da Deusa; mas também como Dona Marinha, a Mulher-sereia; como a Pastorinha, como Iria-Brígida, Senhora das Águas de Cura, da Poesia, do Fogo da Forja, como a Senhora da Oliveira, como Dona Chama; como a Senhora do Ó, a Senhora do Leite, a Senhora da Boa Hora, a Senhora do Monte, do Fetal, da Fonte, a Ninfa das Águas e dos Bosques. 

Ela é a Moura Encantada, Ofiusa, a Cobra-moura, e é Hespéria, Ibéria, a Senhora do Almurtão. A Sua dimensão é o Jardim das Hespérides, um paraíso de sororidade, onde o círculo das Nove Irmãs do Poente guarda as maçãs de ouro da sabedoria e nos dispensa os dons da imortalidade.

A Deusa está viva no Jardim das Hespérides, viva na nossa paisagem, nos Seus lugares de poder. A Sua cabeça talhada na pedra, como em S. Romão, na Serra da Estrela, em Sortelha ou em Idanha-a-Nova, inunda a terra da Sua presença, cada vez mais e mais notada e sentida o ressurgimento da Deusa na consciência da humanidade.

O Seu corpo é suave e curvilíneo, como os montes, o Seu ventre, com as suas caves uterinas, ou os Seus seios quando se erguem aos pares. Águas uterinas escorrem das límpidas fontes e nascentes, lugares de Ninfas, onde a Senhora se manifesta por vezes em breves epifanias.

Ela está viva, cada vez mais viva, no coração das mulheres e dos homens, que por todo o lado e afinal desde sempre a vêm celebrando, o coração agradecido e reverente, aberto a receber mais e mais da graça da Sua beleza, do Seu amor e inspiração.

A Roda do Ano de Cale, vamos conhecer a energia própria de cada momento e as correspondentes faces de Cale; com as Hespérides, as árvores sagradas, lugares de poder e as tradições com que celebramos cada uma das oito festividades que marcam o ano da Deusa.

Uma das crenças celtas sobre esta deusa é que "nasce" velha no início do Inverno e depois vai rejuvenescendo sem se converter em pedra nem viajar até Avalon, mas pelo caminho de um processo natural. Esta tradição estava difundida, sobretudo, em Gales e na Inglaterra. Calé também prediz o clima, protege os druidas . A Rainha do Inverno, buscava guerreiros e heróis nas florestas pedindo amor, e quando o recebia transformava-se numa formosa mulher jovem. Quando o seu esposo falecia, repetia a mesma operação. Tinha pelo menos cinquenta filhos, entre os quais havia povos e raças na íntegra.

A Triade

O número três era sumamente importante para os celtas. Um exemplo disto vê-se claramente neste símbolo druida, o Awen.

As tríades, na mitologia celta, consistiam na fusão de três personalidades divinas numa só pessoa. O significado que possuía o número três nesta mitologia era o de "o meio", a indecisão que existe entre o bem e o mal. O três representa na numerologia a ideia da plenitude, como nos trios de passado/presente/futuro e mente/corpo/espírito. Os pitagóricos consideravam o três o primeiro número completo, pois, igual a três seixos postos em fila, possui um começo, um meio e um final. Por outro lado, na  astrologia representa o signo de Gêmeos, que ocupa esta posição no Zodíaco.

A deusa Calé seria a mesma pessoa que as deusas Brígida e Dana, segundo diversas tradições:

• Brígida era a deusa do fogo e da música, bem como a padroeira das mulheres grávidas. O seu culto era muito estendido por todo o território celta. Quando os evangelizadores chegaram à Irlanda, não puderam eliminar o seu culto, e assim decidiram adaptá-lo ao cristianismo, tornando-a Santa Brígida da Irlanda.
• Dana é uma deidade relacionada à fertilidade da Terra, ao ciclo das estações e à criação do mundo. O nome dos Tuatha de Dannan significa textualmente "Filhos de Dana", em honra a ela. Acredita-se que é a esposa e mãe de Dagda, e que as suas filhas são, entre outras, Nimue e  Morrigan.

Segundo as tradições celtas mais diversas, a tríade formada por Dana, Brígida e a Calé tem um simbolismo que representa a sucessão das estações, a fertilidade da terra e o ciclo da vida e da morte. Adicionalmente, segundo as tradições que referem à batalha entre Calé e Brígida, esta tríade representa o passar do tempo, a velhice e a juventude, entre outras coisas.

RODA DO ANO DE CALÉ

YULE

Calé do Ar – Mãe do Ar

Calé neste momento é a respiração da terra, a amorosa essência que permeia todas as formas criadas,tanto no mundo visível como no invisível. O elemento Ar é o mais sutil de todos os cinco elementos,sendo os outros quatro o Fogo, a Água, a Terra e Espaço, o vácuo da Deusa de onde emana toda a criação. O elemento Ar simboliza o Espírito, sendo o elemento Fogo o que simboliza a Mente.

Calé do Ar é a Senhora da Montanha, o eixo do mundo, e das paisagens despidas e inóspitas, onde o Seu vento forte limpa a terra e assim limpará a nossa mente de toda confusão, das velhas obsessões e formas limitadoras de encararmos a nossa vida, que nos impedem de termos novas idéias e clareza de visão para projetarmos um futuro diferente.

Deusa Ana, Dana

Deusa Ana e a respiração, o sopro, e consequentemente o espírito, Ana é a Grande Deusa do Céu dos povos Ibéria. Ana é a grande Deusa ancestral do território Português de forte influência cultural céltica, que como Grande Deusa que era, tinha poderes sobre tudo, sobre todos os elementos.

O Povo de Ana, Dana ou o Povo Mágico (Daoine Sidhe), a tribo dos seres feéricos. Às vezes, identificada como Anu ou Ana, seu nome significa conhecimento. Era consorte de Bilé e mãe de Dagda.

Senhora dos Ossos

Senhora dos Ossos, é o símbolo do indestrutível e eterno. A Deusa representada nas pedras,irradiando a sua fantástica e poderosa energia envolvente, que a sua presença se torna tão absolutamente sagrada. As Pedras, os Ossos completamente limpos são um importantes elementos para honrar a Senhora dos Ossos nosso Altar.

Os Ossos no sentido de vestígios de algo tão importante que pretende voltar de novo a ter vida. A Sra. Dos Ossos recolhe os Ossos que vai encontrando para infundir neles o sopro da vida.

Pedimos a Deusa que nos ajude a despojarmos -nos de tudo o que está a mais na nossa vida, do que já não serve o propósito maior da nossa vida. Pedimos que nos ajude a recolher os “ossos” daquilo que sentimos que morreu em nós mas a que gostaríamos de voltar a dar vida, a nossa coragem, criatividade, ousadia, e espírito de aventura.

Germana

Hespéride do Ar

Ela a mais velha das nove Irmãs. Muito secreta e reservada porque está além da forma. Embora a tradição nos diga que ela era uma Santa como as Suas oito irmãs, é difícil encontrarmos um lugar de culto a Ela dedicado. Ela conhece os segredos das estrelas e do cosmos, É a Senhora do Pinheiro, a Moura Tecedeira, a Senhora da Roca – Aquela que tece os fios do destino. As Suas criaturas são a Águia e o Abutre. Como tempo atmosférico, Ela é o gelo e a geada que tudo cobre no inverno limpando as terras de parasitas. Ela é Sabedoria, Visão e Clarividência. Ela é também a Lua Negra, que acontece três dias antes do primeiro dia da Lua Nova, como um tempo de pouso, de recolhimento e de sonho, de transição entre a morte do que completou os seus dias e o crescimento do novo.

Suas cores são o cinza, prata e o lilás e os tons levemente azulados do gelo. Seus são os silfos e os dragões do ar.

Moiras Tecedeira

Na mitologia grega as Moiras eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses quanto dos seres humanos. Eram três mulheres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar o fio da vida dos mortais. Durante o trabalho, as Moiras fazem uso da Roda da Fortuna, que é o tear utilizado para se tecer os fios. As voltas da roda posicionam o fio de cada pessoa em sua parte mais privilegiada, o topo; ou em sua parte menos desejável, o fundo, explicando-se assim os períodos de boa ou má sorte de todos.

As três deusas decidiam o destino individual. Pertenciam à primeira geração divina originadas do Caos. As Moiras eram filhas de Nix (a noite) e assim como Nix, eram domadoras de deusas e homens. Moira, no singular, era inicialmente o destino.

Cloto, em grego significa fiar, segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilítia, Ártemis e Hécate, Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.

Os meses do calendário atual foram adaptados do antigo calendário lunar. Para os romanos, eram chamadas de Parcas e o significado do nome das Parcas vem do verbo parir, dar à luz. A gravidez humana dura nove luas e não nove meses. Portanto, a Nona lua, é a Parca que tece o fio da vida no útero materno.

As Moiras configuram a misteriosa lei que atua em nossas vidas; que mesmo sendo desconhecida e invisível determina as subitas mudanças alterando os padrões pré-estabelecidos da vida. Em todas as nossas mudanças de vida, nunca paramos para pensar em suas causas, mas apenas pensamos em nossas próprias reações a tais mudanças.

Senhora do Pinheiro

Senhora do Pinheiros é uma árvore ancestral , as coníferas estão entre as plantas mais antigas, florescendo logo após o período glacial . Pinheiro é a Árvore relacionada com o elemento Ar, a sua resina, usada ou misturada com ervas secas , é muito eficaz na limpeza e na purificação da aura e de espaços .

Varrer o chão de um espaço cerimonial com a rama de pinheiro é excelente para purificar e santificar. A Senhora do Pinheiro nos lembra que a vida é eterna, continuando após a morte. As suas copas atingem alturas enormes, convidando – nos a ter uma visão mais vasta e geral sobre o mundo e sobre a vida.